terça-feira, 29 de novembro de 2011
Vácuo.
No verso de uma carta, trago comigo uma tristeza profunda, que o tempo e espaço não interferem, água e fogo não destrói. A vida de um solitário, guiada por um destino insólito, num verão nada afrodisíaco, triste deserto, triste dor. Livre, mas impedido, minhas asas se recusam a bater, a voar, a viajar.
Vento e terra se juntam e os opostos se unem, na tentativa de atrelar um espírito quebrantado. Todavia isso vai além da natureza, está no íntimo do ser, passa da linha natural e obscurece em um vazio de vácuo, vácuo de sentimentos, vácuo de pensamentos, simplesmente nada.
Uma pungente careta clama lá no ímpeto, na calada do meio-dia, ou qualquer hora que seja isso não importa. Banho-me no leite da via-láctea, um banho de astros e me puxar ao infinito, o negrume nunca foi tão acolhedor.
Grandes sonhos, lentos e vis, detestáveis pesadelos assolam o desconhecido, na esperança de lançar lembranças esquecidas. Quão vã a vida está sendo, onde estará meu sentido?
Heliaz dos Santos Shauon.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
A desilusão de uma essência esquecida.
Há muitos inícios de textos em minha mente, mas nada vem a cabeça que demonstra essa sensação. Estranheza, tédio, um remorso por não ser diferente. Quem define isso são as linhas do destino, não cabe a mim, a ninguém nem a ser algum dizer que o que se sucedeu foi errado. Se minha essência não corresponde com expectativas alheias, a culpa não é minha, a pessoa é que nunca quis me enxergar da maneira correta.
Uma vez ouvi algo do instinto materno, é o mais fenomenal sexto sentido já visto na raça humana, uma mãe conhece seu bebê mesmo antes de nascer, ela sabe quem ele é, sabe suas peculiares diferenças. Não acredito que com esse instinto, as milhares de mães do mundo não sabem no fundo quem são seus verdadeiros filhos. Transtorna-me a ponto de sentir isso que sinto agora, algumas dessas mães elevarem seus credos acima daquilo que seus filhos são, exaltar os dogmas de uma religião e deixar de lado a essência de sua prole, que ela tanto conhece.
Realmente não posso julgar, são buscas distintas, uma em direção a buscar algo correto e socialmente aceitável, outra em contrapartida, tenta se sentir a vontade com aquilo que é independente do que os que o cercam tem como ideologia.
Esperar que todos possam ver quem sou não é minha vontade, as pessoas que realmente me amam me vêem como sou, sentem a verdadeira alma, contudo observar quem você mais ama ignorando você, aceitando a sua identidade pela metade, mirando e fantasiando o seu eu, iludindo e te ponde a parede, isso é doído, é uma dor dilacerante, uma coisa que não se pode explicar. Eu queria tanto, mais tanto, poder tirar a venda que foi colocada por ela mesma de seus olhos, e fazer ver que o que sou é mais que natural, todavia os problemas não são fáceis de serem resolvidos, e a dor irá continuar, quem sabe, pro resto da vida, ou até a pessoa deixar de viver na ilusão do “certo”, e enxergar a verdadeira identidade que por Deus foi incumbida a mim.
Heliaz dos Santos Shauon.
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