segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Perfeição.



Preciso impor minha personalidade diante das pessoas, posso parecer forte, mas ainda me grudo nos estereótipos. Antes de todos, eu me julgo, me critico, me obrigo a fazer coisas que na verdade não condiz com minha reputação.
Prefiro sair “impecável” em roupas e cabelo do que mostrar quem sou realmente, coisa realmente inexplicável. Luto contra tudo isso, contudo há uma busca maior dentro de mim, uma ânsia de apurar o destino, de tirá-lo de sua função e considerá-lo incapaz.
Tenho tanto apego ao físico que meus sentimentos não fluem direito, sou tão enojado comigo mesmo, tão insatisfeito, inseguro. Chego ser insuportável a mim, minha cadeia de chumbo me prende e grilhões de formalidade me impedem de ser livre.
Esse futuro incerto que me trouxe até aqui me deixou assim. Conheci tantas pessoas estranhas, que roubaram parte de mim, que às vezes culpo o destino de não ser acaso.
Súplicas são transformadas em simples silêncio, não há como descrever, desabafar. O desejo é tão venenoso que nos impede de ver que a naturalidade não funciona assim, é uma troca de respostas, onde, se erro, vem a mim outra resposta insatisfatória. A natureza não pergunta, ela faz, e ao adaptarmos a isso veremos que ela funciona plenamente bem e abre-nos os olhos de que o destino é o certo a se acreditar. Perguntas respondidas erroneamente fazem mal, não cruze os braços, mas abre-os em sinal de rendição ao Universo, a Deus, ao Destino, a Natureza, ou a qual for o nome da Perfeição!

Heliaz dos Santos Shauon.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vácuo.


No verso de uma carta, trago comigo uma tristeza profunda, que o tempo e espaço não interferem, água e fogo não destrói. A vida de um solitário, guiada por um destino insólito, num verão nada afrodisíaco, triste deserto, triste dor. Livre, mas impedido, minhas asas se recusam a bater, a voar, a viajar.
Vento e terra se juntam e os opostos se unem, na tentativa de atrelar um espírito quebrantado. Todavia isso vai além da natureza, está no íntimo do ser, passa da linha natural e obscurece em um vazio de vácuo, vácuo de sentimentos, vácuo de pensamentos, simplesmente nada.
Uma pungente careta clama lá no ímpeto, na calada do meio-dia, ou qualquer hora que seja isso não importa. Banho-me no leite da via-láctea, um banho de astros e me puxar ao infinito, o negrume nunca foi tão acolhedor.
Grandes sonhos, lentos e vis, detestáveis pesadelos assolam o desconhecido, na esperança de lançar lembranças esquecidas. Quão vã a vida está sendo, onde estará meu sentido?

Heliaz dos Santos Shauon.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A desilusão de uma essência esquecida.


Há muitos inícios de textos em minha mente, mas nada vem a cabeça que demonstra essa sensação. Estranheza, tédio, um remorso por não ser diferente. Quem define isso são as linhas do destino, não cabe a mim, a ninguém nem a ser algum dizer que o que se sucedeu foi errado. Se minha essência não corresponde com expectativas alheias, a culpa não é minha, a pessoa é que nunca quis me enxergar da maneira correta.
Uma vez ouvi algo do instinto materno, é o mais fenomenal sexto sentido já visto na raça humana, uma mãe conhece seu bebê mesmo antes de nascer, ela sabe quem ele é, sabe suas peculiares diferenças. Não acredito que com esse instinto, as milhares de mães do mundo não sabem no fundo quem são seus verdadeiros filhos. Transtorna-me a ponto de sentir isso que sinto agora, algumas dessas mães elevarem seus credos acima daquilo que seus filhos são, exaltar os dogmas de uma religião e deixar de lado a essência de sua prole, que ela tanto conhece.
Realmente não posso julgar, são buscas distintas, uma em direção a buscar algo correto e socialmente aceitável, outra em contrapartida, tenta se sentir a vontade com aquilo que é independente do que os que o cercam tem como ideologia.
Esperar que todos possam ver quem sou não é minha vontade, as pessoas que realmente me amam me vêem como sou, sentem a verdadeira alma, contudo observar quem você mais ama ignorando você, aceitando a sua identidade pela metade, mirando e fantasiando o seu eu, iludindo e te ponde a parede, isso é doído, é uma dor dilacerante, uma coisa que não se pode explicar. Eu queria tanto, mais tanto, poder tirar a venda que foi colocada por ela mesma de seus olhos, e fazer ver que o que sou é mais que natural, todavia os problemas não são fáceis de serem resolvidos, e a dor irá continuar, quem sabe, pro resto da vida, ou até a pessoa deixar de viver na ilusão do “certo”, e enxergar a verdadeira identidade que por Deus foi incumbida a mim.

Heliaz dos Santos Shauon.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dadaísmo? Nada tem a ver com cavalos!


Olho no espelho e a lagartixa emerge dos confins para me dizer que não estou bem assim. As olheiras estão marcadas e as rugas começam a dar as caras, triste mudança.
Mirabolantes pensamentos rodeiam meus pensamentos e um tipo a lá espectro infiltra nas linhas das amarguras, gruda-se como chiclete em dentadura velha, louco para roubar a energia cósmica dos campos paranormais, inventados por pessoas que não tem o que fazer da vida.
Esses bobões acham que é Deus, vão pro inferno, grande ordinários, hilários, cicários, sacrificaram suas vidas em prol de asneira.
E você pergunta como consigo a minha luz e as minhas tecnologias? Ora, essa é fácil, um ser mágico faz tudo pra mim, eu sempre vou poder, tenho poder do próprio poder, sou ninja.
Craque das beldades, nada que uma cor artificial não faça valer à pena, glúteos definidos e barriga engomadinha são sensação, desse jeito posso ganhar tudo que quero, ser poderoso e subliminar as cabeças das pessoas.
Mundo, viva intensamente, sempre seja corajoso e de bem com a vida, seja você mesmo e não desaponte o seu próximo.
Se papai Noel existe, por que não pensar positivo e brincar um pouco?
Dadaísmo? Nada tem a ver com cavalos, procure e ache respostas.
Louco só é quem busca beleza em si mesmo.
Somos aliens da via láctea, transitando numa bola imensa chamada Terra.

Heliaz dos Santos Shauon.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Paradoxo Humano.


Criador de causos e casos, chiliques e majestosas ações, lendários descobridores ou anões perante o conhecimento, assim são os humanos, seres paradoxos a tudo.
Ser radical não combina com essa espécie e limitações não há para nenhum do seu gênero.
Já a soberba, ganância, egocentrismo são laços muito fortes e são questões fundamentais em sua existência, mas nada como um bom messias para tornar o homem mais humano, há paradoxo em todos os cantos, isso é realmente notável.
Buda, Maomé, Jesus... Sócrates, Aristóteles, Platão... Newton, Ainsten, Galileu... Todos com suas teses, suas mentes evoluídas e poder de pensar e persuadir, gratificar e surpreender, dar verdades complexas e simples, ser o “ser” no meio de tantos seres.
Na ambição de se revelar, acham eles que sabem demais, grandes tolinhos, custam a acreditar que não sabem nada de verdade, ao minúsculo Planeta Terra sobra seus paradoxos, onde o animal científico luta contra a alma da fé, e filosofia tenta uni-las, trabalho enfadonho e realmente inútil, mas muito curioso e prazeroso em longo prazo.
Questão de lenga-lenga, criam chaves só por criarem, buscam portas só por buscarem, ou no objetivo se ajeitam ou no abstrato se acomodam, criadores de estória e meios para desparecer mentes cansadas, pequeninos e prematuros, aonde chegarão esses humanos?
Esse saber nunca há de ser descoberto, o conhecimento não se findará, não há última linha nem ponto final, engano de quem julga saber do fim ou se gaba de seus pensamentos serem melhores que os mais antigos. Quanto mais na conserva melhor é o teor da explicação, um círculo inesgotável de perguntas e respostas.
Divirtam-se, pois a todos vocês é dado à graça de viver, o saber de nada saber é seu e sua mente nunca irá parar. Grandiosa criação do nada que tudo é, mas que nada pode ser visto por se tratar simplesmente de um paradoxo humano.

Heliaz dos Santos Shauon.

domingo, 14 de agosto de 2011

Viagem Sufocante.


Numa sufocante viagem pensamentos indevidos me surgem , o peso às vezes é insuportável, mas não há guarida diante de tantos olhares mesquinhos. O corpo vai se debilitando e tremendo, cai e pisoteado é por todos, até o pó ser devorado pelo solo.
Minha psicologia egoísta. Entendo todos com simplicidade, porém a mim é tão complicado chegar a uma conclusão, pelo menos uma conclusão lógica. Seria uma alegria se alguém movimentasse um dedo em prol da minha pessoa, mas enfim, sou só eu a querer ajudar, sou eu a entender, sou eu a apaziguar, acalmar, contudo nunca ninguém vem ao meu encontro simplesmente para olhar o melhor de mim.
Pedem o impossível do meu ego, e meus princípios onde ficam? E o que eu penso, conta como algo?
Armei-me com a melhor das armas, a defesa, construí uma enorme barreira em volta de mim mesmo para que ninguém mais possa me agredir, para que coisa alguma chegue e me atinja. O mundo exterior é mal e incompreensível aos meus olhos, pois então para que compactuar com ele? Deixe-o ser caótico para quem realmente é masoquista e quanto a mim, corto o cordão umbilical dessa mãe estranha, termino aqui a sufocante viagem.

Heliaz dos Santos Shauon.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Meu lindo amor impossível.


As grades da deslealdade do destino me encarceraram, os olhos negros da verdade me vigiam e a boca da mesma emite-a fortemente aos meus ouvidos.
Repouso nos seus braços, toco ternamente seu rosto e você sorri aquele sorriso que só lhe foi dado, bocas carnudas se colam e línguas apaixonadas se acariciam, graus Celsius a quarenta, batidas a mil por hora. Só pensamentos, visões de um futuro previsto por um mal cigano, charlatão dos bons, rico, se banha em sonhos mal sonhados.
Compre uma visão raio-X e veja que meus rins precisa de sua água de carinho, meus pulmões precisa de sua respiração ardente em paixão, minha mente precisa de sua imagem, minha pela necessita de sua transpiração, meu coração quer seu amor, tenha uma dessas e comprove o que eu sempre digo, meu ser é seu e precisa de ti.
Dê-me suas mãos, estica um pouco mais e me arranque do abismo da sua negação, soe sua voz para que eu possa ouvir o seu “eu te amo”, venha ao meu encontro que estou ainda aqui, a sua espera, a espera do meu lindo amor impossível.

Heliaz dos Santos Shauon.

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