sexta-feira, 3 de setembro de 2010

De criados a quase Criadores


... A natureza se revolta, o ciclo da nossa vida acaba em sua fúria...

Ela é grande, é suprema, é nossa mãe. Construiu a nossa casa, fez fluir das cinzas, do fogo, do quase nada tudo o que nos rodeia. Ela é quem guarda a chave do equilíbrio, que observa nossos passos, que determina limites. Ótimo tocar nesta palavra, limite, o que o ser humano perdeu com o passar dos dois milhões de anos*, deu seus grandes passos na evolução, domina tudo que criado foi naturalmente, subiu no penúltimo degrau da escada da soberba e do egoísmo e está a um minuto de conseguir sua proeza final, debelar sua mãe, tentar realmente laçar e reprimir quem o criou.

Podemos literalmente comparar os seres humanos e a natureza como mãe e filhos, filhos rebeldes, que não tem o senso da gratidão. Todavia a mãe é muito tolerante e advertiu várias vezes a sua cria, primeiro mostrando do que suas criações ousadas são capazes de fazer, isso sem reagir. Viu que não poderia mudar o comportamento e resolveu interferir para introduzir nas mentes mesquinhas dos mortais que o caminho tomado é errado, e que devemos ter cautela. Porém ainda não nos fazemos de rogado e persistimos no erro. Mãe Natureza não ficou contente, mas sua cólera involuntária acabou dissipando alguns de sua prole. Não aceitando aquilo, não perdoando o ato inconsciente de sua mãe, os seus amados filhos se viraram contra ela, acabou com a casa que ela carinhosamente construiu, o equilíbrio que reinava sobre tudo foi lentamente sumindo e de repente a mãe Natureza viu o que acontecia: o mundo inteiramente dado a seus favoritos estava devastado, e, além disso, ela pode ver nos olhos já não inocentes, mas sombrio e cheio de ódio e rancor o que eles almejavam mais, queriam controlar e tomar o poder d’a Grande, da que tudo fez, e assim sem avisar e sem compaixão, a mãe fez o que era melhor, descartou suas criaturas para que o que havia para ser criado não fosse destruído.

... A natureza cria, o ciclo torna-se de novo uma esperança, uma expectativa de que seja melhorado aquilo que outrora não fora...

Olhe bem e veja, estamos rumando para o caminho errado, somos tão fúteis em nos preocupar com coisas simples ou inúteis que esquecemos o que realmente importa, talvez não somos perfeitos o suficiente para estarmos aqui, não passamos no teste de qualidade da mãe Natureza ou ainda temos uma chance de nos arrependermos de nossos erros e mudarmos o que ilícito foi feito. Tudo depende de nós, mas ainda necessitamos da compaixão d’a Grande gênio que criou tudo o que nos rodeia, que fez de nós tudo que somos, pois ela está na folha da planta de sua casa, está na formiga que você ignora e antes de tudo, ela está em você e realmente é você, ela só é o reflexo do que somos hoje e é as nossas atitudes agora que mudará o que ela será amanhã.

Heliaz dos Santos Shauon.

*O ser humano existe a mais ou menos há dois milhões de anos, dado tirado da obra “Uma Breve História do Mundo”, de Geofrey Blainey.

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