sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Nada além do incompreensível.


Envolva-se com o manto da brisa, toque e sinta o frescor e maciez de sua textura, dentro de seu corpo ela transbordará paz e conforto, então a inspire.
Nessa terra que piso agora posso descansar meus pés, maquiagem natural independente da beleza, cor rubra, negra, branca, sem preconceito. O cheiro terroso me fascina, embarca-me em tempos já perdidos, sendo superior a mim ela permite, mísero que sou, ficar acima, generosa em tudo o que faz.
Lambe meu corpo, carinha minha pele, a água inconfundível, o elixir da vida, a razão de nossa existência. Banho-me e de meu corpo é retirado às impurezas de minha alma, a tristeza é engolida e logo sou o leve existir, o renovado ser em um novo estar.
O poder, a renovação, fogo, a descoberta que não existe, pois não se pode descobrir o que eterno é. A ira e o ódio dominam-me quando estou perto da sua excelência devastadora, o belo pouco apreciado, o temor, nós os controladores não conseguimos controlar, digno de respeito, pois sem ele nada se tem, tudo começa e termina na força e na explosão do seu durar.
O equilíbrio do espaço, a exatidão e perfeição do que nos rodeia, a força maior que nos envolve, Éter que para sempre será lembrado, pois a vida sem a exatidão do grande destino nada seria além do incompreensível.

Heliaz dos Santos Shauon.

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